Traçando Socialidades Multiespécies: observações de campo durante uma etnografia nos arredores Cabedelo – PB

Sthevson Lourran

Graduando do 5º Período em Ciências Sociais pela UFPB, Campus I. Integra o grupo de pesquisa LABareDA (Laboratório de Desenho e Antropologia) da UFPB e participa como bolsista do projeto de pesquisa MuDE (Museu do Desenho Etnográfico) coodernado pela professora Aina Azevedo (CCHLA/UFPB).

Apresentação: Partindo de uma etnografia multiespécies (KIRKSEY, HELMREICH, 2020) e da utilização do desenho como exercício de observação, análise e registro etnográfico (AZEVEDO, 2016), neste trabalho procurarei entender como as relações humanas e não-humanas se fazem presentes na paisagem do Dique de Cabedelo, localizado no litoral norte paraibano, e como ele se constrói em uma teia de impactos antropogênicos (BARBOSA, FURRIER, SOUZA, 2018). A localidade etnografada se encontra entrelaçada pelas águas doces e salgadas: por um lado, nos banhos do oceano atlântico, existe um grande tráfego portuário em decorrência do Porto de Cabedelo e, na terra, grandes depósitos de amarzenamento; do outro, as águas advindas do Rio Paraíba. Esta função nos lança a uma ligação histórica acerca da caça de baleias, evento que encravou a história local e regional de tal prática, que fora constituinte da economia paraibana durante sete décadas (1912-1987) (DUARTE, AGUIAR, 2013). Desse modo, a presença de um atrativo de pescas alimenta uma relação em que existe uma sinergia entre o pescador e o pescado, as aves e os botos. O boto demonstra a localização dos peixes, e as aves, não obstante, sinalizam os botos. Para complexificar ainda mais as relações insurgentes no Dique de Cabedelo, desde de 2020 há uma constância de reformas nos espaços estruturais do dique, e recentemente, a partir de junho de 2022, uma nova construção deu inicio na edificação de uma orla turística. Desfigurando a caracteristica da localidade e impulsionando a aliança pré existente de ações comunitárias de limpezas voluntárias, as reformas lançam alguns questionamentos: quais os impactos, de curto a longo prazo, nas relações multiespecies? Portanto, esse ensaio segue a linha de pensamento de que a paisagem é um ponto de encontro de humanos e não humanos e uma memoria de atividades passadas (TSING, 2019), propondo expor as particularidades que surgiram durante o desenvolvimento investigativo.

Ano de produção: 2020 – 2021

Ficha técnica: Esse trabalho está sendo desenvolvido desde o ano de 2020 na cidade de Cabedelo, com vinculo nos anos de 2020/2021 no projeto de pesquisa “Desenhando paisagens rurais e costeiras” coordenado pela professora Aina Guimarães Azevedo (CCHLA/UFPB) e seguindo de forma autônoma durante o ano de 2022.

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s