Zé Carreiro, a Padroeira e o Congado
Direção: Carlos P. Reyna
Duração: 29′
Juiz de Fora – 2018
O documentário narra as aventuras do Capitão Zé Carreiro para vivenciar o sentido do sagrado, remetendo-se sempre aos antepassados africanos que foram trazidos como escravos para uma região de intensas tradições culturais, Coronel Xavier Chaves (MG). O filme apresenta o percurso de seus devotos para entender como os congadeiros, liderados pelo Capitão Zé Carreiro, elaboram um tipo de identidade nem sempre considerada como tal, devido aos fortes vínculos com o catolicismo.
Sabe-se que os cortejos denominados Congados – por ocasião das festas públicas e rituais religiosos -, nascem das cortes que acompanhavam os Reis do Congo, soberanos negros, eleitos entre escravos e libertos das Irmandades de Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia. Dessa forma, compartilha-se a ideia de que os descendentes africanos reterritorializam no Brasil o sentido do sagrado, remetendo-se sempre aos antepassados africanos que foram trazidos como escravos, em nosso caso, para uma região de intensas tradições culturais, Coronel Xavier Chaves (MG). Nesse sentido, em sua complexidade ritual e simbólica, com duas dimensões, às vezes paradoxais, demonstram que o sincretismo entre o catolicismo português, que fornece os elementos europeus de devoção à Nossa Senhora do Rosário, e a cultura negra africana, com seus ritmos, tambores, danças, cantos, são práticas religiosas do Congado mineiro que objetivam sua reinterpretação e, em seu estudo, procura saber quais são elementos dessas práticas hoje.